Sobre Nós
Garimpeiro desde que cheguei a Serra Pelada em 1982, ali fixei residência até 2008. A partir de então, para possibilitar continuidade na educação dos três filhos nascidos em Serra Pelada, transferi a família para Marabá. Atualmente, com residências fixas em Serra Pelada e Marabá, dedico meu tempo à família e à causa garimpeira. Conforme mencionado na seção PERFIL, participei de várias administrações, na COOGAR e na COOMIGASP. Apresento abaixo, breve resumo dessas participações.
Diretor Industrial da COOGAR (mandato de junho a novembro de 1987): Responsável pelo Setor de Bombeamento, a principal função do Diretor Industrial era manter a cava em condições de trabalho, isto é, sem água. Nos cinco meses de duração do mandato, desempenhei da melhor forma possível, nosso trabalho.
Diretor Vogal da COOMIGASP (mandato de abril de 1993 a outubro de 1994): Na época, chefiei o Setor de Recadastramento e Registro de Barrancos da COOMIGASP. O recadastramento dos barrancos foi feito para definir a participação de cada associado na futura mecanização do garimpo. Com o fim da garimpagem manual, a continuidade da exploração seria através de lavra mecanizada. Na exploração mecanizada muda totalmente a forma de distribuição dos lucros aos associados. Então, para determinar a participação de cada associado, os barrancos seriam transformados em quotas-partes, que seriam distribuídas entre os associados.
Diretor Secretário da COOMIGASP (mandato de maio de 1997 a maio de 2000): Assumimos a Direção da COOMIGASP sem um real em caixa. Sem qualquer receita, com a Sede totalmente deteriorada, equipamentos, máquinas e móveis sucateados, fichas de filiação dos associados espalhados pelo salão da antiga Sede, algumas danificadas por incêndio, outras carcomidas por cupins ou outros insetos. Enfim, só havia sucatas e muitos problemas a serem resolvidos. Sem autorização do DNPM ou do MME, era impossível implantar qualquer projeto minerário. Nosso desafio era tirar do abismo uma Cooperativa endividada, desacreditada, com patrimônio dilapidado, e, lutar para readquirir nossos direitos minerários retirados em 1992, pelo Presidente Collor. Para resolver a questão financeira, em agosto de 1997, criamos a Contribuição Mensal dos Associados. Apesar das críticas, com as receitas geradas pelo recebimento das mensalidades dos associados, conseguimos informatizar a COOMIGASP, reorganizar o Quadro Social, reestruturar toda a administração, construir o Auditório, manter em dia o pagamento dos funcionários, dos contratados, dos Advogados e dos fornecedores. As receitas provenientes das mensalidades viabilizaram também, condições para viagens a Brasília da Diretoria e de associados, para acompanhar no Senado Federal, tramitação e votação do Projeto de Decreto Legislativo nº 01, de 1997. Depois de aprovado, foi enviado à Câmara dos Deputados em 25/05/1999, onde tramitou como Projeto de Decreto Legislativo nº 84, de 1999.
Diretor Presidente da COOMIGASP (mandato de julho de 2000 a julho de 2003): Assumimos com a missão de continuar com os trabalhos iniciados no mandato anterior. Realizamos ampla reforma do Estatuto Social, entregamos 1(um) exemplar do novo Estatuto a cada associado. Incluímos no Estatuto Social, a abertura do Quadro Social para atualização e regularização dos antigos associados da COOGAR, COMGASP e COOMIGASP. Promovemos cursos de cooperativismo. Realizamos junto com os associados, várias viagens a Brasília para acompanhar na Câmara dos Deputados, a tramitação do Projeto de Decreto Legislativo nº 84, de 1999. Aprovado em maio de 2001, retornou ao Senado Federal, sendo promulgado em 10/09/2002, recebeu a denominação DECRETO LEGISLATIVO Nº 207, de 2002. Visando obtenção do Licenciamento Ambiental da área, protocolamos na SECTAM em dezembro de 2002, o Relatório de Controle Ambiental. Com a promulgação do Decreto Legislativo nº 207, de 2002, depois de entendimento com o DNPM / 5º Distrito, em abril de 2003, iniciamos negociações com o Ministério das Minas e Energia para regularizar o Direito Minerário da COOMIGASP, que efetivamente ocorreu com a outorga do Alvará de Pesquisa nº 1485, de 28/02/2007. Nosso mandato terminou e julho de 2003. Ressaltamos que enfrentamos um período de muitas divergências entre garimpeiros, infelizmente, foi um mandato marcado por vários conflitos. Nosso sucessor foi o único que, sendo nosso adversário, elegeu-se, assumiu a casa sem ter que usar o “pé de cabra” e encontrou substancial importância em dinheiro no cofre da COOMIGASP.
CONCLUSÃO
A criação da Contribuição Mensal viabilizou financeiramente a COOMIGASP. Tanto é que, no período de julho de 2000 a julho de 2003, não há nenhuma dívida, ação de cobrança ou ação trabalhista, cujo débito foi contraído no período da nossa Administração.
O Alvará de Pesquisa nº 1485, de 2007, foi conseguido graças ao empenho de muitos valentes companheiros que ao longo de muitos anos, apesar das dificuldades, perseveraram. Nesta longa caminhada, muitos companheiros pereceram, outros injustiçados, foram presos por longo período, sofreram as mais diversas privações e discriminações.
NÃO FIZEMOS MUITO, PORÉM, FIZEMOS O POSSÍVEL CONFORME OPORTUNIDADES OFERECIDAS NAQUELE MOMENTO.
CRÍTICAS e AUTOCRÍTICAS
Os que hoje nos criticam e dizem que nada fizemos, são os que gozam dos benefícios das Contribuições Mensais, cujas receitas referentes aos exercícios de 2009 e 2010 atingiram a média mensal de R$160.000,00 (cento e sessenta mil reais). Importância suficiente para atender as necessidades administrativas da COOMIGASP.
Mais ainda, os que nos criticam, são os mesmos que estão endividando a COOMIGASP em mais de R$ 1.000.000,00 (um milhão) por mês, visto que, gastaram em 2010, mais de R$ 14.800.000,00 (quatorze milhões e oitocentos mil reais), portanto, mais de R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) por mês.
Ainda mais, os que nos criticam, são os mesmos que entregaram para a empresa canadense, os Direitos Minerários da COOMIGASP, adquiridos pela perseverança e luta dos associados moradores em Serra Pelada, com ajuda de tantos outros associados moradores em outras localidades.
Finalmente, os que hoje nos criticam, nunca tiveram qualquer participação em prol dos garimpeiros, são oportunistas e aproveitadores.
JOÃO LEPOS